segunda-feira, 25 de maio de 2015

Inclusão Social


A inclusão social é um direito humano adquirido por lei a todas as pessoas, direito esse conquistado com muita dificuldade.  Infelizmente no cotidiano, as pessoas com deficiência vivem uma luta diária se deparando com uma realidade fria e distante da teoria das leis constituintes, pois o preconceito prevalece e falta de acessibilidade é constante.
Também em muitos países existe a desigualdade de gêneros, tirando o direito das mulheres à dignidade, educação, ao direito de ir e vir e muitas vezes até o direito ao registro de nascimento.
Observando os desenhos e as respostas dessas crianças podemos perceber que a carência das pessoas com deficiência não impedem as mesmas de ter um bom convívio social com os seus coleguinhas e nem de exercerem suas atividades cotidianas na sala de aula, também notamos que em um dos desenhos, a professora tenta incluí-las nas tarefas escolares.
Na entrevista com a professora compreendemos que no começo ela se deparou com um desafio e ficou bastante insegura, pois era algo novo e inesperado, era um aluno com deficiência auditiva e não tinha tanta dificuldade quanto à aprendizagem, ela procurava dar as  atividades normais e em certos momentos explicava os conteúdos  e ele fazia leitura labial, a  interação  dele com os outros alunos era um pouco difícil, devido à falta de paciência das outras crianças com sua deficiência. Ele não era limitado, era muito inteligente e tinha muita força de vontade o que fazia atingir os seus objetivos e conseguir acompanhar a turma. Com essa experiência ela aprendeu novas técnicas de ensino e também a ser mais paciente.












Proposta do Desafio Profissional


  Solicitar a crianças da comunidade, escolas que desenhem um amigo que possua uma deficiência física, cujo título “Meu amigo diferente é especial”.



Diante da proposta selecionamos três desenhos e anotamos os comentários relacionados ao “amigo especial”.

Obs: *A fim de proteger a identidade das crianças adaptamos nomes fictícios. 

1° Desenho



Criança de 09 anos
Nome: Carolina Martins



Em seu desenho, Carolina representou a si mesma empurrando a cadeira de rodas, Julia, uma coleguinha com deficiência física nos membros inferiores. Carolina me contou que essa garotinha estudou com ela no ano de 2014, onde ambas cursaram o 2º ano do ensino fundamental em uma escola municipal aqui em Taboão da Serra. Quando a questionei se a escola possui boas condições de acessibilidade, rampas adaptadas, entre outros, a mesma afirmou que sim e que aparentemente Julia não tinha problemas quanto a isso. Quanto ao tratamento recebido por parte dos amiguinhos, Julia era bem tratada por todos que não a tratavam com preconceito, muito pelo contrário já que até mesmo a auxiliavam quando a mesma necessitava de ajuda. 

2° Desenho



Criança de 08 anos

Nome: Nicholas Soares



 


Nicholas desenhou um coleguinha de classe, Murilo, que apresenta deficiência mental leve, é hiperativo. Segundo Nicholas, Murilo é agitado, violento e apresenta dificuldade na aprendizagem. Quando questionei porque seu amigo é diferente, Nicholas respondeu que Murilo não consegue ficar quieto e não tem concentração. Apesar de Murilo apresentar essa deficiência, Nicholas afirma que gosta do amiguinho e que na escola sua professora procura inclui-lo nas atividades.
No desenho, Nicholas representou a escola que ele estuda e ao lado desenhou o seu amigo especial.

3° Desenho

Criança de 09 anos
Nome: Amanda de Mello




Amanda desenhou a amiguinha Maria que possui deficiência física de nascença e não possui a parte inferior do braço direito. Ela conta que conheceu Maria em uma festa de aniversário e as duas se tornaram muito amigas. Desde então elas passaram a frequentar a casa uma da outra e Nicole relata que a deficiência não impede a mesma de realizar tarefas do cotidiano inclusive na escola. Segundo Amanda, Maria que tem nove anos de idade já sabe ler e escrever e escreve com a mão esquerda, na qual tem se adaptado perfeitamente já que tem sido estimulada a realizar atividades com a mão desde bebê. A deficiência de Maria não é obstáculo para sua amizade com Amanda que sempre a tratou com respeito e igualdade.

Inclusão Social na Escola



Inclusão social é um termo amplo, utilizado em contextos diferentes, em referência a questões sociais variadas. De modo geral, o termo é utilizado ao fazer referência à inserção de pessoas com algum tipo de deficiência às escolas de ensino regular e ao mercado de trabalho, ou ainda a pessoas consideradas excluídas, que não tem as mesmas oportunidades dentro da sociedade, por motivos como: Condições sócio – econômicas, Gênero, Raça, Falta de acesso a tecnologias (exclusão digital). A inserção dessas pessoas que se encontram a margem da sociedade ou o acesso às tecnologias aos excluídos digitais ocorre, geralmente, por meio de projetos de inclusão social, o que reforça a utilização desse termo. Porém, alguns autores defendem que não existe o “fora” ou “dentro” da sociedade, já que todas as pessoas são produtos dela.
No Brasil, todos têm o direito à educação, independente do gênero, raça, classe social, mas o tema de maior repercussão no processo educativo é a inclusão de crianças/ adultos que possuem deficiência física ou mental.
Sabemos que pessoas especiais têm não somente o direito a frequentar o ensino regular como também de suporte necessário, seja um professor específico ou equipamentos escolares a fim de suprir suas necessidades específicas. 
Quando a escola recebe um aluno que apresente uma deficiência, a equipe escolar deve acolher esse aluno, se necessário ter uma conversa com os outros alunos com o intuito de extinguir o preconceito para que o aluno deficiente não venha a ser vítima de bullyng no ambiente escolar.
É muito importante o professor trabalhar esse tema em sala de aula para que todos estejam preparados a receber um aluno deficiente, estejam abertos e receptivos rompendo barreiras e preconceitos.



Biografia da Professora

Maria Rita Candido, 56 anos, nasceu na cidade de Campinas/SP, porém sempre residiu em São Paulo/SP no bairro do Tatuapé, casada, mãe do Henrique (22 anos) é Professora de Educação Básica II habilitada para lecionar nas séries iniciais do ensino fundamental, formada em Pedagogia.
Rita, como gosta de ser chamada, teve uma infância feliz, brincava de subir em árvores e se divertia com a criançada da vizinhança. Devido a dificuldades financeiras na família precisou trabalhar aos 14 anos de idade como doméstica, porém nunca deixou de estudar. Aos 20 anos se formou no Ensino Normal Superior (antigo magistério) e logo após se efetivou na Secretaria de Estado de São Paulo como secretária de escola, onde aprendeu muito na parte administrativa e pedagógica. No ano de 1997 iniciou na carreira docente, trabalhou por dois anos, porém ficou desempregada e precisou mudar da área da educação para a saúde e trabalhou como agente de saúde por dois anos. Em 1999 retornou a sala de aula e permaneceu até o ano de 2011 quando foi convidada a assumir a coordenação pedagógica em uma escola da rede municipal de São Paulo/SP. Em 2012, assumiu o cargo da vice-direção da mesma escola atuando por mais um ano.
Atualmente é coordenadora pedagógica na EMEF Pedro Ferreira Duarte Neto, no bairro Tatuapé onde se sente feliz e realizada, pois ama a sua profissão que é estar sempre pronta a dar o suporte e orientação necessária aos professores.